quinta-feira, 31 de março de 2011




As águas de março estão indo embora e levando de roldão, pontes, estradas, ruas e casas. Faz muito tempo que não chove tanto neste mês que é esperado pelos sertanejos nordestinos pelo milagre da “Chuva de São José”. A fé no santo milagreiro move fiéis em novenas, procissões e missas no dia 19 de março para que as bençãos da chuva caiam no sertão. Em Goiás,com regime de águas e seca muito bem definidos, a lembrança do dia 19 ocorre somente quando chove demais. O que é bênção e sinal de safra no Nordeste é apreensão para o produtor goiano, que teme perder a safra pelo excesso de pluviosidade.


Nesta semana a cidade de Ceres, a 193 km de Goiânia foi vítima das chuvas de São José. O Rio das Almas transbordou fazendo vítimas os ribeirinhos da Vila Pedroso. Os danos não foram muitos, mas numa manhã de março, 30 anos atrás, a enchente assustou. Era menino, tinha doze anos e morava numa chácara em Ceres, as margens do rio. O ano era 1980. Choveu a cântaros. Três dias ininterruptos de chuva forte, tão intensa que não pareciam gotas, mas baldes d´agua caindo das nuvens. Na madrugada do dia 20 ou 22, a Chesp (Companhia Hidrelétrica do São Patrício) enviou comunicado que iria aumentar a vazão d´agua das comportas da represa, pois era tal o volume do rio que esta era a única medida para evitar o rompimento da barragem.

Ceres é cidade planejada. Criada pelo presidente Getúlio Vargas,em 1942 como Colônia Agrícola Nacional (Cang), foi a primeira experiência de reforma agrária feita pela União no Centro-Oeste. O engenheiro Bernardo Sayão encarregado de tocar o projeto.A terra era doada a casais para incentivar a produção local. Além de organizar os lotes, Sayão construiu toda a infraestrutura do município. “Ele tinha uma visão de mundo ampla: toda cidade tinha que ter cinema, igreja, salão de dança. Ele pensava em todos os aspectos. Criou uma hidrelétrica em Ceres que até hoje está lá”, comentou Bernardo Neto,em entrevista ao Correio Braziliense, por ocasião dos 50 anos da morte do seu ilustre avó.

Pois a hidrelétrica concebida por Sayão não agüentou as chuvas de março de 1980. As águas subiram de 8 a 9 metros. As águas invadiram ruas e casas em Ceres e Rialma (cidade co-irmã, separada de Ceres apenas pela ponte sobre o Rio das Almas). Centenas de famílias perderam tudo. As chuvas não pararam e só em meados de abril São José deu-se por satisfeito e as águas começaram a baixar.

Era estudante do Colégio Imaculada Conceição. Adorava literatura, poesia e teatro ministradas pelas freiras comandadas pela Irmã Cilmey. Neste tempo meu pai tinha comércio na Avenida Bernardo Sayão e após as aulas, seguia para a lida no “Açougue Felipe”. Nas décadas de 1970 e 1980 jornais eram utilizados para embrulho e por isto passava as tardes lendo Jornal do Brasil, O Globo, Estadão, O Popular, Cinco de Março e Jornal de Brasília. Justamente neste último era publicado um suplemento infantil, o “Jornalzinho de Brasília”, que estimulava crianças a escrever. Não tive dúvida, virei correspondente mirim e comecei a enviar matérias de Ceres para o jornal. Detalhe: o envoi era por cartas. Uma das primeiras materias que emplaquei tratava justamente da enchente em Ceres e foi publicada na edição 58, com o título: “Ponte do Rio das Almas desbarranca”.

A estória é engraçada. As águas estavam baixando e a prefeitura iniciou trabalho para recuperação da cabeceira da ponte que liga Ceres a Rialma. Mal ficou pronto o concerto, um caminhão carregado de sal derrubou o aterro novamente. A prefeitura arrumou, determinando o uso só por carros de passeio. Ordem desobedecida, nova queda do aterro. Este vai e vem de arruma e desmancha durou dias, até que só taxis eram autorizados a cruzar a ponte. As obras enfim terminaram, mas os taxistas não queriam perder o “ponto” e resolveram colocar uma pedra enorme no local, impedindo a passagem de veículos. Foi preciso um sujeito, numa Toyota bandeirantes 4×4, para arrastar a pedra do local e acabar com a farra.

A enchente de 1980 foi meu primeiro contato com o jornalismo, e de lá para cá não parei de escrever. Escrevi informativos para grêmios estudantis, Centros Acadêmicos, DCE’s, sindicatos até entrar na imprensa comercial, escrevendo em jornais como Top News, Ponto de Vista, Diário da Manhã, Tribuna do Planalto e no meu próprio veículo, o Onze de Maio, semanário com sede no município de Aparecida de Goiânia. O advento das redes sociais cria novas formas de comunicação e deve produzir muitos dos futuros profissionais de imprensa, desde que a liberdade continue imperando na web.

Fonte: Blog do Marcus Vinícius em http://www.marcusvinicius.blog.br/blog/

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ontem dia 27 de março, me disseram que estiveram na cidade de Ceres, o Governador Marconi Perilo, e outras autoridades. E, como sempre tem alguém com uma câmera na mão, pensei que alguém podia ter filmado algo mais que os helicópteros.
A parte interessante, que ao procurar no youtube, e digitar "governador Marconi Ceres", encontrei este vídeo, que afirma que o governador é de todas as cidades.
Mas, o que é realmente interessante no vídeo é, que a fotografia atribuída a cidade de Ceres é de outra cidade.
O Marconi pode afirmar que é de todas as cidades, inclusive de Ceres, mas a fotografia não é mesmo...


Observem aos 9 segs.